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O Mundo É o Meu Quintal - Tatiana Vieira de bicicleta pelo mundo

Tatiana, ilustradora Brasileira, anda de bicicleta e mochila às costas a desenhar por onde passa. O Mundo É o Meu Quintal, é o blog resultante dessas viagens e "Süssie" o seu alter-ego. Já passou por Hong Kong, Milão, Paris, Dublin, Malahide, Frankfurt, Köln, Bonn, Brühl, Bochum, Praga, Amsterdam e Londres. Fica aqui o testemunho de Tatiana, e os seus postais ilustrados, um deles da sua passagem pela capital britânica.

Viajar: eu não imaginava que um dia sairia do Brasil. Parecia distante. Não apenas geograficamente.

Londres: nem imaginava que eu adorava vários aspectos que existem nesta cidade, mas que já "moravam" em mim. Pisar lá foi como voltar para um lugar onde sempre estive e ao mesmo tempo um reencontro comigo mesma.

Assim que subi as escadas rolantes, saindo da estação Saint Paul, foi como desembarcar em um filme. O clarão no fim das escadas rolantes e o primeiro transeunte na linha do horizonte.

Foi meu "clique". Até então, havia imigrado, feito tudo. Conversado com "Papai Noel" [é, o senhor do guiché parecia o Santa, todo clarinho, de barba, com sorriso doce]. Fiquei apenas 10 dias, mas parece que foi muito. Parece que foi ontem. Foi em 2012. Fevereiro. Eu estava com muitas questões profissionais e pessoais pendentes, um sufocamento que não era apenas o fato do studio em que eu trabalhava ser no subsolo. Havia mais. Não estava ali. Eu precisava de mais.

Pareceu-me confiável investir em ver o "diferente", o "novo" e disse para mim mesma, que, quando eu retornasse ao Brasil, tudo estaria resolvido. Como as palavras não se perdem no ar. Feito. Desembarquei no Rio pouco antes das 8h da manhã meia hora depois e troca de chips no celular, entra um e-maild e emprego. Novo emprego. Novos desafios.

Depois dessa viagem nunca mais fui outra. cada vez mais una e ímpar. Retornei no ano seguinte. Estava em Paris e, não, lá não era minha hometown, minha Heimat. Fugi. Peguei o ônibus na rodoviária e fui, com uma bolsa vazia, passaporte [ ufa ] e a roupa do corpo.

Não havia feito planos. Ia dormir onde desse, onde parasse. Eu andaria tudo, by heart e seguir. Era isso.

Mas no mundo real não é bem assim. Segui de ônibus e em Calais, fizemos a imigração. Todo mundo sonolento. E eu confusa. Não sabia que era assim. Expliquei que não havia feito booking, mas que tinha data de retorno ao Brasil, por Paris e que minhas malas estavam lá. Depois de quase 20min de conversa. Fui liberada. Mas com um sério aviso de que nunca mais fizesse isso. Foi um alívio. Depois vi-me orgulhosa, de ter me concentrado para externar tudo que eu pretendia, e era verdade. E ser compreendida. Marejo de lembrar.

Saímos do ônibus e seguimos em um navio. Muitos dormiam, outros conversavam preguiçosamente por toda parte. Uma hora depois, novo embarque em nosso ônibus, que saía do navio e, novamente por terra. Muitas emoções. Era como ter chegado à Lua.

Nenhum medo. Tudo muito leve. Tranquilo. Mesmo me vendo sozinha em imensos parques ou multidões.

Ah, e da primeira vez fui em fevereiro, completamente diferente de ir às vésperas do Natal. As ruas enfeitadas, lotadas. Pessoas vestidas de rena, rs... Em dois dias andei tudo que havia feito em 10 dias. Comprei alguns ítens incríveis, que Londres simplesmente não nos deixa ficar sem algo novo. E confirmei meu peito. Sim. Londres sim é O meu lugar. Por mim, um lugar a visitar anualmente.

Espero voltar ano que vem para rabiscar com a Süssie, pois minhas viagens foram em 2012/13. E o projeto "As Viagens de Süssie", do diário "O mundo é o meu Quintal", nasceu no final de 2014 e até então eu só tinha a proposta de postais, para meus pais, que nunca viajaram para fora do país, pudessem me ver de outra forma chegando em casa e mostrar um pouco do que vi, causar riso.

Tatiana tem um livro preparado na manga que ficamos à espera de ler com muita curiosidade; e está de malas aviadas para a Ásia, boa Viagem "Süssie"!

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Gabriela Ruivo Trindade

A autora portuguesa reseidente no Reino Unido, escreveu este post sobre a educação de crianças no estrangeiro e sobre a luta de manter a língua materna viva no quotidiano, e por isso sobre a Miúda Books.

Leia aqui na totalidade, e aqui fica um excerto:

"Em Londres, a comunidade portuguesa já soma para cima de 30 000 habitantes. Uma das grandes preocupações de quem emigra, no caso de ter crianças, é a adaptação à nova língua e as possíveis consequências para a aprendizagem e o progresso escolar. Isto numa primeira fase, antes mesmo de apanhar o avião. Porque, uma vez chegados, instalados, e as crianças na escola, rapidamente nos apercebemos de que não é essa a grande preocupação, uma vez que, regra geral, as crianças têm um poder de assimilação de uma nova língua incrível. A dor de cabeça passa, assim, a ser outra: a preservação da língua materna. Os miúdos ficam completamente submergidos num meio onde a língua inglesa é predominante. Rapidamente deixam de falar português fluentemente, apesar de nunca perderem a compreensão do idioma, e isto se nós continuarmos a falar em português com eles, porque caso contrário mesmo essa capacidade enferrujará com os anos. A língua é de facto uma ferramenta como outra qualquer: a falta de uso traz a inevitável oxidação e a consequente inutilidade."

Gabriela Ruivo Trindade

 

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Um Rapto em Londres, de Manuela Ribeiro

Um Rapto em Londres, relata a aventura vivida por dois jovens portugueses que vão para Londres frequentar um curso de Verão com outros jovens da mesma idade e das mais diversas nacionalidades.

Miguel e Ricardo fazem várias amizades, incluindo com um jovem, de origem Japonesa, Toshiro. A dada altura, Toshiro é raptado por um bando de facínoras, que pede por ele, ao pai, um fabuloso resgate. Feitos detectives, Miguel e Ricardo, com a colaboração de dois colegas italianos, Giovanna e Paolo, resolvem o mistério e salvam o Tashiro.

"...

Agora, no autocarro que os levava uma vez mais até Trafalgar Square, os quatro rapazes iam a cabecear de tal maneira que Giovanna não se conteve.

- Que diabo vos aconteceu? Parecem uns parvinhos! E tu Aji-No-Moto, deves estar doente. Ainda não tiraste nenhuma fotografia.

Ningué lhe respondeu. O Miguel, o Ricardo e o Paolo abriram os olhos com esforço e Toshiro disparou a máquina. Sentado no último banco do autocarro, o guarda-costas japonês vigiava discretamente o seu jovem pupilo.

Para facilidade de movimentação, tinham sido formados novamente os três grupos da véspera. Ken, que estava outra vez a fazer de guia turístico, fê-los atravessar a vasta praça em direcção a uma extensa avenida separada daquela por um enorme arco com três portões de bronze. O maior, a meio, encontrava-se fechado e as pessoas circulavam pelos portões laterais, que estavam abertos.

- Este arco chama-se Admiralty Arch. O portão central só é aberto para a Rainha passar.

..."

Com este livro, o jovem leitor tem oportunidade de conhecer os recantos londrinos através de uma aventura agora reaparecida, em 4.ª edição, desta vez, e a partir de agora, na Textiverso. Com novas ilustrações, na presente edição a cargo de Carmo Van Damme, o livro tem um formato de bolso muito apelativo e à medida dos seus potenciais leitores.
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