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Gabriela Ruivo Trindade

A autora portuguesa reseidente no Reino Unido, escreveu este post sobre a educação de crianças no estrangeiro e sobre a luta de manter a língua materna viva no quotidiano, e por isso sobre a Miúda Books.

Leia aqui na totalidade, e aqui fica um excerto:

"Em Londres, a comunidade portuguesa já soma para cima de 30 000 habitantes. Uma das grandes preocupações de quem emigra, no caso de ter crianças, é a adaptação à nova língua e as possíveis consequências para a aprendizagem e o progresso escolar. Isto numa primeira fase, antes mesmo de apanhar o avião. Porque, uma vez chegados, instalados, e as crianças na escola, rapidamente nos apercebemos de que não é essa a grande preocupação, uma vez que, regra geral, as crianças têm um poder de assimilação de uma nova língua incrível. A dor de cabeça passa, assim, a ser outra: a preservação da língua materna. Os miúdos ficam completamente submergidos num meio onde a língua inglesa é predominante. Rapidamente deixam de falar português fluentemente, apesar de nunca perderem a compreensão do idioma, e isto se nós continuarmos a falar em português com eles, porque caso contrário mesmo essa capacidade enferrujará com os anos. A língua é de facto uma ferramenta como outra qualquer: a falta de uso traz a inevitável oxidação e a consequente inutilidade."

Gabriela Ruivo Trindade

 

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Mocho Comi!

Mocho comi, um livro maravilhoso da editora portuense TCHARAN é baseado num conto popular português: O Mocho e o Lobo. A estória de um Lobo matreiro e de um desenvolto Mocho, que se salva das presas do lobo num golpe de mestre.

A adaptação do conto por Carlos Nogueira é brilhante, mas aquilo de que eu mais gosto são mesmo as ilustrações da Marta Madureira.

Numa entrevista ao P3 a Marta conta que gosta de texturas e de desenhar com a tesoura. Que é claro neste livro em que as personagens aparecem recortadas sobre um fundo límpido. No entanto essas personagens ou elementos da paisagem, como o pinheiro onde o Mocho estaria pousado, são texturalmente ricas, cheias de nuances de cores em aguarela.

Os resquícios da voz popular que Carlos usa são bem especiais, como o uso do termo, compadre, com o qual o Mocho trata o Lobo, ou quando o Lobo define o lobo como um bom sustento :-). Pequenas pérolas que se não fosse a leitura de livros infantis em português, cá em casa provavelmente não entrariam!

 

 

 

 

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