A Miúda está de volta!

É verdade! O tempo passa, as flores crescem, as estrelas mergulham no mar, os olhos começam a ver no escuro e aí está a Miúda de volta. Nestes últimos dias, enquanto lá fora o outono dourava e avermelhava os verdes, a curar uma constipação daquelas mesmo chatas, tenho-me perguntado em que diabo estaria eu a pensar quando decidi vir meter-me exactamente no lugar onde estou (rodeada de caixotes, livros e mais livros, envelopes almofadados e não almofadados, etc). Não é que não seja um lugar agradável, a minha sala de estar (a única coisa que se pode dizer é que, subitamente, ficou ainda com menos espaço, se tal é possível); mas a tarefa que me espera, vista daqui, parece hercúlea. A minha esperança é que tal se deva à ressaca da constipação e não a uma percepção apurada dos factos. E a verdade é que, mal pus a mão na massa, ou seja, nos caixotes (nos livros), tudo se tornou claro. Porque afinal estou no lugar onde me sinto em casa (passe a redundância): rodeada de livros. E aos livros, como aos beijos, não se resiste: toca-se, abre-se, folheia-se, e quando damos por nós estamos a lê-los. Aqui há tempos, num artigo científico, fiquei a saber que ler é uma espécie de compulsão; uma vez feita a aprendizagem da leitura, o nosso cérebro é incapaz de não ler, quando confrontado com as letras. Uma habituação, um vício, o que lhe queiramos chamar. Eu prefiro pensar que é paixão. Acresce que estes livros, para além de palavras, têm imagens, ilustrações lindíssimas, maravilhosas, que, tanto quanto as palavras, ou ainda mais do que elas, nos levam para outros mundos. E, num segundo, tudo faz sentido: tantos livros novos à minha espera! Tantas estórias para partilhar convosco! Yes! :-)